Criadora

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Almada, Lisboa, Portugal
Trying to be my own model... Life style, beauty, fashion blogger.

Se fugir... Foges comigo?!

I


  Ela precisa de ser encontrada e ela de ser apagada.
  Ele precisa de um caminho e ele de carinho.
  Ela não sabe quem é e ela nunca se olha num espelho.
  Ele quer a sua companhia e ele de um concelho.
  Perdidos, achados? Nada mais que encontrados no meio do desespero da vida.
  Melanie (Mel) e Anna (Nana), Yano e  Alvin (Al). Quatro em apenas um, uma vida dividida em quatro!
  "Não me deixes..."
  "Nem daqui a um milhão de anos."
  "Em menos de cem anos já não estarás a cumprir essa promessa!"
  "Não sabes... algum dia terás essa resposta."
  "Amanha?"
  "Não... daqui a cento e um anos"
  Promessas que não poderão ser cumpridas com a ironia do nosso dia-a-dia, mas realizadas aos poucos com o amor que cada um contém e transmite para os outros... Só resta saber, quem a cumprirá!


                                                  II
                                             
  Sentia-se apagada a cada dia que passava porque já nada fazia sentido. Depois do "pior dia da minha vida", assim o caracterizou ela, Mel só desejava fugir, desaparecer! 
  "(...) e já nada importa e não sei mais o que fazer, depois do que me aconteceu hoje só quero 
fugir daqui com o meu príncipe para o meu reino. Preciso de dormir e sonhar (...)"
  Como sempre correu para casa e apontou o que sentia no seu caderno azul com manchas em forma de nuvens de pelo brancas. Referia-se às duas horas anteriores no parque onde se sentiu traída e desapontada com a pior coisa que poderia ouvir, um "não". Mas não um 'não' qualquer, era uma resposta negativa de alguém importante, Yano não tinha outra opção se não dizer a verdade daquilo que sentia enquanto Nana evitava que aquilo um dia finalmente acontecesse.
  Afinal toda a gente sabia que o príncipe de Melanie era Yano onde tinha umas quantas fotografias escondidas no caderno, telemóvel, computador, caixas de sapatos e entre a roupa do seu armário, mas não era amor... Obsessão! 
***

  Ao final da tarde, à hora certa, mesmo no pôr-do-sol, como todos os dias desde à 3 meses, Anna é deixada no final da rua do seu bairro e com um beijo suave e apaixonado devolvido por Al são trocadas as palavras de rotina:
  - Até amanha! Amo-te...
  - De manha telefono. Também te amo...
  E, pelo que se foi perdendo com o passar do tempo, começaram a caminhar sem olhar para trás. Já não valia a pena. 
*A chamar: Doce de Mel*
  - Doce? Sou eu. Sai agora de ao pé dele. Não lhe contei, falo com ele amanha.
  - OK, tu é que sabes. Se precisares liga, estarei aqui. Um beijo!
  'Bip... bip... bip...' sem mais a adiantar.
  Amanha seria um dia diferente, e como primeiro dia de férias de Natal, como todos os anos, a familia de Anna vai para o Sul, para casa de uns familiares, de volta para o calor onde Helley, tinha de permanecer.
  Helley é a irmã mais nova de 11 anos de Nana, ela tem uma saúde muito fragilizada ao que não se pode submeter ao frio pois fica com febres altas e instáveis. Devido a este problema ela nunca pode ir a escola mais de 2 meses, o resto são passados em casa onde a mãe, fora do seu horario de trabalho, lhe dá aulas!



   III

  "Magoas-me, estou farta..." 
  Gostar muito de uma pessoa não implica sofrer para se manter ao lado dela, basta por um ponto final em qualquer coisa que tudo mudará mesmo que a gente acabe por sofrer na mesma. Mas... é preferível chorar naquele espaço de tempo, que continuar a chorar para o resto da vida! Melanie optou por chorar no momento, Anna aparentemente optou pelo resto da vida. Sofrimento não leva a lado nenhum.
  Na manhã de Sábado, em pleno Dezembro, Nana ja estava a pé a fazer as malas pronta para partir quando o telefone toca:
  - O que queres fazer hoje?
  - Desculpa, tenho planos, vou passar umas emanas ao Sul com a minha família... mas eu telefono. Estarei de volta na passagem de ano. Amo-te!
  - (...) OK, também te a... hum (...). Tcahu!
  Ficar magoado por umas simples palavras e ficar magoada por umas simples acções. Diferentes situações... diferentes sentimentos... diferentes atitudes. Sabemos que nem sempre as coisas são como queremos mas podemos sempre altera-las para que pelos menos nos agradem um pouco e quem sabe agradar mais alguém.  
  - Yanooooo! - à chegada, depois de umas boas horas de viagem, é sempre bom encontrar uma cara familiar. 
  Yano é um tipo mulherengo que não sabe bem o que quer. No entanto Nana conhece-o bem de mais. São amigos de infância pois os pais e avós já se conheciam e para alem de viverem na mesma cidade e estudarem na mesma escola, passam também as férias em casa dos familiares na mesma terra. Anna não está habituada a ter alguém tão próximo como o Alvin mas a cumplicidade quase familiar com Yano acalma-lhe o coração mesmo que parte dele esteja a horas de distância.
  - Falei com a Mel... deixaste a mesmo mal! Devias ter mais cuidado com a maneira como lhe expressas-te... foi um "não" muito frio.
  - Sabes como é que eu sou, não pude evitar. Sou sincero de mais!
  - Sinceridade fria e insensível...


IV

  Medo de perder alguém é pior que perde-la realmente. Se perdemos, vamos aguentando a dor até que esta passe... Se tivermos medo, a dor vai aumentando até que nos provem o contrario. Medo...
  - Quase que te perdia...
  - O que é que se passa? Queres falar?
  - Não gosto mais dela! Não da mesma maneira que sentia - hesitou - não é que haja outra pessoa, só não a quero magoar sabendo que já não sinto o mesmo.
  - Queres que fale com ela para a preparar é isso Al?
  "Deixa, eu trato disto" e virando as costas foi pelo caminho a pensar se realmente precisa da ajuda da Melanie para não magoar o seu amor.
***
  Depois das férias de Natal já nada se podia evitar. Nana ficou só, só nos seus pensamentos e coração vazio. Yano não a queria ver assim. Até evitava as saídas com as várias raparigas suas "amigas" só para estar com ela, não queria que ela sofresse mais!
  Yano detestava Alvin desde que soubera que à quatro meses atrás ele só escolhera Nana como ultima opção pois a rapariga que tinha realmente um interesse já estava acompanhada. Não admitia que alguém pode-se magoar a rapariga que viria a tornar-se a mulher da sua vida.
  - Anda, vamos sair. Cinema, almoçar, praia... escolhe o que quiseres. Eu levo-te!
  - Não me apetece, não quero ter o 'prazer' de me encontrar com aquele... aquele... - e num som de fúria  soltou uma lágrima voltando a enfiar a cara na almofada, desta vez, ele abraçou-a!
  - Anda, eu não deixo que o vejas.
  Saíram de casa e só voltaram na noite cerrada. Sentia-se aliviada como se a aura que lhe perseguia e andava sempre em torno dela tivesse desaparecido, já não se preocupava mais com ele, afinal, quem era ele para a deixar?! "Tenho o Yano, para quê preocupar-me?"


V

  "O amor engana-nos sempre e não o podemos evitar... acontece. Será que um dia podemos ser nós a escolher de quem gostamos? Só o futuro dirá mas as duvidas permanecerão. Não querer estar sozinha na vida e ter alguém que nos ame para sempre é um sonho, mas e se fugir?! Se eu fugir de tudo o que rodeia a vida, a minha vida. Ter alguém que nos ame tanto quanto nós amamos é bom, mas e se eu fugir? Fugirá comigo?" 
    Anna queria a resposta depois de enviar esta mensagem a Melanie que se aproveitou dela para colocar no seu caderno azul e entre aspas no final assinou: 'alguém... especial'. Guardou-o novamente na gaveta e colocando o telemóvel no silêncio sem entregar a resposta esperada e fingindo não saber a quem se referia, ligou o computador e entrou no chat.
  • Honey': estás ai?
  • Al...guem: o que é que foi?
  • Honey': ainda gostas dela?
  • Al...guem: só um pouco.
  •                  porque?
  • Honey': por saber... queres combinar algo?
  • Al...guem: não, estou ocupado esta semana!
  • Honey': OK.
  Sem se despedir, baixou o monitor e foi embora do seu quarto.

***


(...)






  
                                                  






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