Entre empurrões, risadas e areia nos olhos, com as ondas da maré a subir quase a tocar nos pés de ambos, as palavras trocadas mesmo em tom de brincadeira são sinceras (ou parecem ser) e esculpidas pela saudade. Faz se silêncio e sossego enquanto as gaivotas partem para terra indicando uma tempestade no mar e num segundo ele está sobre ela e, a cada intervalo de vários simples beijos de toque-e-foge ele prenuncia um "amo-te" de lábios com lábios, olhos com olhos.
"Amo-te" (...) "amo-te" (...) "amo-te" (...) sem se cansar e sem precisar de fôlego, assim sucessivamente.
Um simples sorriso e a brisa torna-se mais violenta, sem precisarem de perguntar ambos levantam-se e de mãos dadas a caminho do carro recapitulam o essencial enquanto ela vasculha na mala para ter a certeza de tudo o que lhe é perguntado:
- Tens o meu telemóvel certo?
- Certo
- Tens as chaves do carro certo?
- Certo
- Tens o meus coração... Certo?


